AUTO ESPORTE
Ainda como um ‘showcar’, Renault Oroch é destaque da marca. Montadora francesa e a Fiat disputam quem vai inaugurar segmento.
Bem no centro do estande da Renault no Salão do Automóvel, em um ponto acima dos demais veículos da marca, está um modelo no qual a montadora francesa deposita grande expectativa. Trata-se da Oroch, uma derivação picape do Duster.
Apesar de não ter data de lançamento confirmada, e sequer nome oficial (a nomenclatura Oroch lembra Amarok, picape da Volkswagen, e por isso pode ser abandonada), a picape tem a missão de introduzir a Renault em um segmento até então inédito para a montadora francesa. “O projeto está em um segmento que não existe. O produto irá inaugurar um novo mercado”, afirmou o presidente da Renault do Brasil, Olivier Murguet. A confiança do comandante da montadora francesa se deve à proximidade com o projeto: o desenvolvimento da picape será nacional.
“O Brasil merece uma picape feita por brasileiros, para brasileiros, seguindo os conceitos globais, mas atendendo aos anseios do público local”, afirmou o diretor global de veículos comerciais leves da Renault, o indiano Ashwani Gupta, durante o salão. Porém, o novo veículo não deverá ser restrito ao mercado local. O produto final deve tomar o mesmo caminho do Sandero, feito com foco no Brasil, mas que ganhou o mundo. Com a picape, a Renault pensa em ampliar a liderança entre os comerciais leves na Europa, onde é a marca que mais vende desde 1998, e ampliar a participação na América Latina, segundo mercado mais importante para a Renault, atrás apenas da França.
Picape do Logan descartada
Para conseguir êxito na nova empreitada, a Renault procurou “se blindar” em algumas decisões. Uma delas foi evitar o segmento das picapes de entrada. Caso quisesse, poderia vender uma versão picape do Logan, modelo que já existe em outros mercados. Porém, a marca correria um grande risco de fracassar, já que, entre as picapes pequenas, o domínio é da dupla Fiat Strada/Volkswagen Saveiro. As duas são donas de 86,5% de participação no segmento.
“Não era o melhor caminho entrar com o Logan picape, já que este é um segmento apertado”, reconheceu Murguet. Pelo caminho, já ficaram Peugeot Hoggar e Ford Courier, enquanto a Chevrolet Montana sobrevive com pouco mais de 10% do mercado. Nesse caso, o objetivo, ao menos para o Brasil é claro: ter um produto realmente competitivo, e que ajude a Renault a alcançar os tão desejados 8% de participação do mercado até 2016. Hoje, a montadora detém 6,95% das vendas. Se chegar aos 8%, supera a fatia atual da Hyundai e se aproxima da Ford, consolidando-se entre as maiores marcas do país.