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sexta-feira, 2 de março de 2018

Financiamento

Baixa de Gravame
Solicitação de Baixa de Gravame
Quando realizada a operação de financiamento de um veículo, o bem dado em garantia deve ser alienado a financeira. Para isso, é realizada a inclusão do gravame no órgão de trânsito indicando a alienação fiduciária para a empresa que realizou a operação de crédito. Após a quitação do contrato o cliente deverá solicitar a baixa de gravame na financeira onde o veículo se encontra alienado. Permitindo, assim, sua negociação caso desejado.

quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

justiça tarda mais não falha...

Eles também viram seus filhos morrer no trânsito; no PR, pedem justiça em júri de ex-deputado


  • Pais e mães de jovens mortos no trânsito por motoristas embriagados
    Pais e mães de jovens mortos no trânsito por motoristas embriagados
Pais e mães de jovens mortos no trânsito por ação de condutores embriagados compareceram ao Tribunal do Júri de Curitiba nesta quarta-feira (28) para manifestar apoio às mães de Gilmar Yared e Carlos Murilo de Almeida –mortos em maio de 2009, aos 26 e 20 anos de idade. Dentro do tribunal, o ex-deputado estadual Fernando Ribas Carli Filho é submetido desde ontem a um júri popular que decidirá hoje se ele é inocente ou culpado pelas duas mortes.
Carli Filho, 35, é acusado de duplo homicídio com dolo eventual por ter assumido o risco de morte ao dirigir:
  • em alta velocidade, entre 161 e 173 km, segundo a perícia
  • embriagado; ele havia consumido quatro garrafas de vinho antes do acidente
  • com a carteira de habilitação vencida; o documento acumulava 130 pontos e 30 multas, 23 delas por excesso de velocidade
Para os pais e mães que compareceram hoje ao tribunal onde Carli Filho é julgado, uma eventual condenação dele será uma espécie de justiça indireta por seus próprios mortos – nos casos dessas famílias, os condutores ainda foram a julgamento e respondem em liberdade.
"Meu filho havia ido buscar um lanche quando foi atingido em cheio pela camionete em alta velocidade de um homem alcoolizado. Deixou três filhos e minha nora grávida do quarto – o motorista está solto e nunca foi julgado", disse Terezinha de Fátima, de Colombo (região metropolitana de Curitiba). O filho dela, o motoboy Jeferson Queiroz de Araújo, tinha 27 anos quando morreu no acidente, em abril de 2005. "Para mim, é tudo hoje esse julgamento. É a justiça que eu não tive", desabafou.
Auxiliar administrativa em um instituto voltado a mães que perderam filhos no trânsito criado pela agora deputada federal Christiane Yared (PR-PR), mãe de uma das vítimas do acidente com Carli Filho, Rose Mari Carriel de Lima, 52, perdeu o filho em dezembro de 2008. No acidente, ocorrido na Linha Verde – uma das vias expressas de Curitiba –, Robson Eduardo Carriel de Lima, morreu aos 21 anos depois que o condutor do veículo em que ele estava de carona perdeu o controle e bateu. O motorista, que é filho de um policial e tinha bebido, está solto, segundo ela.
Giuliano Gomes/Estadão Conteúdo
Para os pais das vítimas, uma condenação de Carli Filho será uma espécie de justiça indireta por seus próprios mortos
"A legislação de trânsito precisa ser mudada para punir de um jeito mais exemplar quem bebe e dirige, mas acredito que uma condenação do ex-deputado pode ser exemplo para outros –isso ajuda a dar, também a casos como o meu, alguma sensação de justiça. Quem mata assim nunca mais deveria pegar uma carteira de habilitação novamente", defendeu Rose Mari.
Também presente no protesto, o comerciante Henrique Zanetti, 44, disse que não quer que outros pais e mães passem pela mesma situação vivida por ele. "Nossa justiça, infelizmente, é muito lenta." Zanetti perdeu o filho no Réveillon do ano passado em um acidente em Itapoá, litoral catarinense. Marlos Zanetti, 19, morreu quando um condutor embriagado bateu de frente no carro em que ele estava. "É importante a simbologia de um ex-deputado que matou, com álcool e direção misturados, ser condenado hoje. Esperamos essa resposta dos jurados", disse.

Sentença deve sair hoje

A estimativa do juiz Daniel Avelar, que preside o júri, é que a sentença de Carli Filho seja proferida até o final da tarde. Desde as 9h30, é realizado o debate entre acusação e defesa; ontem, foram ouvidas sete testemunhas e tomado o interrogatório do réu –que assumiu a culpa pelo acidente, mas negou a intenção de matar. "Assumo a minha parcela de culpa. Eu sou culpado. Mas jamais tive a intenção", disse. "Lembro disso todos os dias."
A defesa do ex-deputado, que alega que os dois jovens teriam desrespeitado uma via preferencial, tentou evitar ou adiar o júri popular em 33 recursos em todas as instâncias do Judiciário nos últimos oito anos e nove meses. Caso seja condenado hoje, Carli Filho poderá recorrer em liberdade, já que é réu primário e não responde ao processo preso.

9 anos pra fazer justiça...

Júri de Carli Filho: defesa e acusação batem boca no Tribunal

Foto: Francielly AzevedoOs advogados de defesa, Roberto Brzezinski, e de acusação, Elias Mattar Assad, batem-boca no plenário do Tribunal do Júri, durante o julgamento do ex-deputado Luiz Fernando Ribas Carli Filho, que responde por duplo homicídio com dolo eventual – quando se assume o risco de matar.
O assistente de acusação e advogado da família Yared, Elias Mattar Assad chama Brzezinski de “invejoso”. A discussão começou após a defesa dizer que “o álcool não importa no processo”. A defesa do ex-deputado argumenta para que Carli responda por duplo homicídio culposo – quando não há intenção de matar. Neste caso, o julgamento sai do Tribunal do júri e segue para outra esfera da Justiça, sendo considerado crime de trânsito.
Brzezinski diz que a acusação contratou uma equipe de publicidade para tirar o foco dos fatos na época do acidente. “Fizeram adesivos com 190 é crime. A agência foi contratada para enganar a população”, ressaltou.
O advogado de defesa, Roberto Brzezinski, encerra a fala. O juiz Daniel Surdi Avelar determina 1h30 de intervalo para almoço.

O júri

O julgamento começou às 13 horas de terça-feira (27) e se estendeu até aproximadamente 22h30.
No primeiro dia, foram ouvidas seis testemunhas arroladas pela defesa e pela acusação, e o próprio réu. Nesta quarta-feira, o julgamento foi retomado com o debate entre as partes: acusação e defesa, que pode levar até cinco horas. Por fim, os jurados se reúnem em uma sala secreta, votam por cédulas e o juiz anuncia a sentença.

Relembre

O julgamento do ex-deputado ocorre após nove anos do acidente. Nesse tempo, a defesa de Carli Filho apresentou mais de 30 recursos na Justiça. O julgamento foi marcado e adiado mais de uma vez enquanto os advogados buscavam que ele respondesse por homicídio culposo, quando não há a intenção de matar, nas instâncias superiores do Judiciário.