Nova obrigação tenta aumentar a segurança dos motociclistas. “Se a questão é segurança, é preciso fazer mais” diz especialista.

Do G1
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O ABS evita que as rodas travem e o CBS freia as duas rodas ao mesmo tempo (Imagem: Reprodução/G1)

A partir de 2016, 10% das motos que saírem das fábricas serão obrigadas a ter um sistema de freio mais seguro. A determinação é do Contran. Até 2019, isso vai ser obrigatório em todas as motos novas.

Só no estado de São Paulo há cerca de 500 mil profissionais que trabalham usando a moto de acordo com o sindicato dos motociclistas da região. São trabalhadores que enfrentam o trânsito diariamente e que precisam ser rápidos para cumprir os prazos de entrega e a pressa pode ser um perigo.

O motoboy Pedro Bispo já viu muita história triste por aí. “O para-choque da gente é as mãos, é o peito, as pernas, quando não é a cabeça, entendeu? É o que acontece aí no dia a dia”, ele diz. Em todo o país, mais de 12,5 mil de motociclistas morreram em 2012, segundo o Ministério da Saúde.

Na tentativa de aumentar a segurança de quem usa a moto, o Contran (Conselho Nacional de Trânsito) vai exigir, a partir de 2016, que as motos fabricadas no Brasil ou importadas venham com sistemas de freios ABS ou CBS. O ABS evita que as rodas travem e o CBS freia as duas rodas ao mesmo tempo. É diferente do que existe hoje na maioria das motos usadas no país.

O presidente do Sindicato dos Motociclistas de São Paulo diz que a mudança é um pedido antigo. “Dá para você poder trabalhar mais seguro e ter o controle da máquina melhor nas suas mãos”, afirma Gilberto Almeida dos Santos, presidente do Sindimoto/SP.

Mas, para o especialista em transportes Sérgio Ejzenberg, se a questão é segurança, é preciso fazer mais. “Há também o problema da falta de habilitação, falta de capacete, excesso de lotação. O que precisa para essa frota e para frota que vem? Fiscalização. Fiscalização intensa para que, aí sim, se tenha mais segurança”, aponta Sérgio Ejzenberg, mestre em engenharia de transportes.